A próxima empresa a estrear na bolsa brasileira, a B3, deve ser a Vivara. Quem estiver interessado em comprar ações da varejista de joias e relógios em sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) pode reservar os papéis a partir desta quinta-feira (26). Veja aqui a ficha técnica do IPO.
O período de reserva se encerra em 7 de outubro. Até lá, investidores podem informar quantas ações gostariam de comprar e por qual preço, por meio de sua corretora. O valor mínimo para investidores de varejo participarem da oferta será de R$ 3 mil, e o máximo, de R$ 1 milhão.
O preço por ação será fixado em 8 de outubro e as ações começarão a ser negociadas na bolsa em 10 de outubro, com o código “VIVA3”.
A Vivara definiu a faixa de preço por ação entre R$ 21,17 e R$ 25,40. Ao considerar o valor médio de R$ 23,29 por ação, a rede de joalherias pode arrecadar até R$ 1,65 bilhão na oferta base. Se houver apetite do mercado para uma oferta adicional, a empresa pode levantar R$ 1,98 bilhão.
A oferta pública da empresa será primária – quando novas ações são emitidas e entra dinheiro no caixa da companhia – e secundária, quando ações que já existem são ofertadas e entra dinheiro no bolso dos acionistas da empresa.
A oferta base é composta por 18,89 milhões de ações na oferta primária e 51,96 milhões de ações na oferta secundária. Há ainda um lote adicional de até 14,17 milhões de ações.
Os bancos coordenadores da oferta são Itaú BBA, Bank of America, XP Investimentos e J.P. Morgan.
Por meio dos recursos adquiridos no IPO, a Vivara pretende abrir lojas, expandir fábricas, investir em tecnologia e lançar uma nova marca.
A varejista de joias e relógios obteve um lucro líquido de R$ 186 milhões nos primeiros seis meses deste ano, alta de 142,1% em relação aos R$ 76,8 milhões registrados no mesmo período de 2018. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) atingiu R$ 223,2 milhões, alta de 87,3%.
Vale a pena investir na Vivara?
Em seu prospecto, documento em que fornece informações sobre o IPO ao mercado, a Vivara destaca que é líder entre as varejistas especialistas em joias e relógios no Brasil, tanto em termos de receita líquida quanto em termos de número de lojas físicas e próprias.
A empresa diz que não tem concorrentes diretos no segmento em que atua, pois combina “pilares de luxo, acesso e reconhecimento, possuindo uma faixa de preço que pode variar desde R$ 150 a mais de R$ 100 mil”.
Justamente por não ter empresas concorrentes para se comparar, muito menos listadas em bolsa, e por atuar em um nicho muito específico, investir em ações da Vivara é um pouco um tiro no escuro.
“É difícil precificar corretamente as ações da oferta. O risco é alto, porque faltam informações. Não é uma decisão de investimento simples”, diz Carlos Daltozo, head de renda variável da casa de análises Eleven Financial.
Mas você pode decidir assumir o risco e focar no que se sabe sobre a empresa até agora, que são aspectos positivos.
Nos últimos dez anos, a Vivara cresceu de maneira consistente em termos de receita, inclusive durante a crise econômica. E o mercado de varejo está diante de um cenário promissor nos próximos anos, em razão do potencial aumento no índice de confiança dos consumidores, se o crescimento econômico deslanchar.
“Temos tido boas surpresas com a empresa, que tem apresentado margens financeiras elevadas nos últimos anos para o padrão do varejo. Ela está bem posicionada nesse cenário de retomada do crescimento econômico”, diz Daltozo.
A vantagem de comprar ações agora, no IPO, e não depois, quando os papéis já estiverem em negociação em bolsa, é que eles podem estar mais baratos agora. Ou seja, você pode ter um retorno maior pela frente. Mas saiba que o risco de investir agora também é maior.